fundo parallax

A copa do mundo de 1978

Primeira etapa do processo de “Reorganização Nacional” (1976-1981)
outubro 31, 2018
Segunda etapa do “Processo de reorganização nacional” – (1981-1982)
novembro 1, 2018
 
A Argentina foi sede da copa do mundo iniciada em junho de 1978, durante a última ditadura militar (1976 – 1983). Para esse importante acontecimento esportivo, foram realizadas muitas obras de reforma e construção de estádios de futebol. Essa era uma ocasião adequada para o governo mostrar uma imagem positiva para o mundo de país unido e forte, legitimando, dessa forma, o regime implantado.

No entanto, na ocasião da celebração do campeonato mundial, vieram à tona muitas denúncias da violação aos direitos humanos praticados pelo Estado repressivo. Tratava-se de uma forte “campanha antiargentina” que contava com a participação de muitos membros da sociedade civil e vários meios de comunicação.

Mesmo com as denúncias e o fracasso do plano econômico de Martínez de Hoz, o campeonato acontecia sob um clima de nacionalismo ufanista que era construído. As sucessivas conquistas da seleção argentina nos jogos e a felicidade que contagiava o país com a primeira vitória no campeonato mundial de 1978 foram aproveitadas pelo governo militar que acreditava poder assegurar o apoio do povo argentino, fazendo usos político do futebol.
 
Contudo, durante a copa do mundo, com a presença da mídia internacional, ocorreram denúncias das violações aos direitos humanos, somadas à campanha realizada por argentinos exilados na Europa, permitiram que o mundo tomasse conhecimento de parte das atrocidades que estavam sendo cometidas no país.

Foi marcante a atuação de organizações como as Mães da Praça de Maio, um dos pilares da resistência contra a ditadura transcendendo as fronteiras da Argentina, lutando por justiça para os responsáveis pelo desaparecimento de seus filhos. Assim como, o Serviço de Paz e Justiça, cujo diretor Adolfo Pérez Esquivel, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1980, em razão de suas insistentes denúncias contra o governo militar. Há de se destacar que um momento fulcral para a realização dessas denúncias ocorreu com a visita na Argentina da Comissão Interamericana dos Direitos Humanos, organismo da OEA (Organização dos Estados Americanos), reconhecendo que no país se violavam sistematicamente os direitos humanos.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *