Contudo, as reformas de base anunciadas no comício em 13 de março de 1964, com mais de 300 mil pessoas, com um caráter notoriamente nacionalista, já que previa uma forte intervenção do Estado na economia, acirrou os ânimos da população. Dentre as reformas, destacavam-se a eleitoral, educacional, urbana, fiscal e a polêmica reforma agrária que previa a limitação do latifúndio no Brasil. A sociedade então se dividiu, de maneira ainda mais acentuada, entre os que eram contrários e os que defendiam as reformas de base de João Goulart.
Os movimentos sociais, tais como o movimento estudantil – UNE (União Nacional dos Estudantes); movimento católico liderado pela JUC (Juventude Universitária Católica), organizações de trabalhadores como CGT (Central Geral dos Trabalhadores) e Ligas Camponesas defendiam as reformas propostas por Jango. Enquanto isso, grandes empresários, parte da Igreja Católica, oficiais das Forças Armadas, grande imprensa, organizações como Ibad (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) e Ipes (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais) atacavam o governo de João Goulart. Aos olhos desses últimos grupos, as propostas reformistas conduziriam o Brasil ao comunismo, essa ideia culminou no golpe de Estado de 31 de março de 1964, com amplo apoio da sociedade civil brasileira.