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E m um cenário intensamente polarizado no Brasil nos anos de 1960, ocorria a atuação de diversos setores de esquerda, como trabalhadores operários e estudantes que se mobilizavam no país durante o governo de João Goulart. O presidente que assumiu após a renúncia de Jânio Quadros em 1961, desde o início do seu governo, era visto com certa aversão por camadas conservadoras que o consideravam simpatizante do comunismo chinês.

Contudo, as reformas de base anunciadas no comício em 13 de março de 1964, com mais de 300 mil pessoas, com um caráter notoriamente nacionalista, já que previa uma forte intervenção do Estado na economia, acirrou os ânimos da população. Dentre as reformas, destacavam-se a eleitoral, educacional, urbana, fiscal e a polêmica reforma agrária que previa a limitação do latifúndio no Brasil. A sociedade então se dividiu, de maneira ainda mais acentuada, entre os que eram contrários e os que defendiam as reformas de base de João Goulart.

Os movimentos sociais, tais como o movimento estudantil – UNE (União Nacional dos Estudantes); movimento católico liderado pela JUC (Juventude Universitária Católica), organizações de trabalhadores como CGT (Central Geral dos Trabalhadores) e Ligas Camponesas defendiam as reformas propostas por Jango. Enquanto isso, grandes empresários, parte da Igreja Católica, oficiais das Forças Armadas, grande imprensa, organizações como Ibad (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) e Ipes (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais) atacavam o governo de João Goulart. Aos olhos desses últimos grupos, as propostas reformistas conduziriam o Brasil ao comunismo, essa ideia culminou no golpe de Estado de 31 de março de 1964, com amplo apoio da sociedade civil brasileira.
Muitos setores se mostravam contra as propostas do presidente, defendendo um governo militar, chegando a se mobilizarem em grandes manifestações, a exemplo da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, ocorrida em 19 de março de 1964 na cidade de São Paulo. Os manifestantes reivindicavam o fim do governo, contribuindo, dessa forma, para intensificar um cenário golpista favorável à interrupção do Estado democrático.

Com isso, o golpe de 1964 depôs o governo do presidente João Goulart em um contexto intensamente conservador e excludente, marcado pela tradição liberal oligárquica e elitista. As justificativas para a ruptura democrática eram a manutenção da “ordem social”, contendo as agitações populares dos anos de 1960, o crescimento da economia, utilizando para tanto a interferência do capital estrangeiro e, principalmente a contenção da suposta “ameaça comunista”.
 
Desde o começo dos anos de 1950, início da Guerra Fria, a ambiência política era caracterizada pelo forte “combate ao comunismo”. Um exemplo disso foi à reação das elites brasileiras, contra o projeto que propunha reformas para o país. Observa-se que muitas questões vieram à tona no cenário político brasileiro como: voto dos analfabetos, reforma agrária e nacionalismo econômico. Não que essas propostas fossem revolucionárias, mas eram inconciliáveis com os planos estratégicos para as agendas políticas na América Latina.

Como esclarece Napolitano (2016), as direitas brasileiras opunham-se às medidas reformistas que idealizavam outro modelo político e ideológico antes do golpe de 1964. Porém, a ilusão de um “golpe cirúrgico”, para resolver os males dos anos sessenta, dissipou-se, resultando em um dos motivos para o fim da coalisão golpista, sobretudo, a partir de 1968, com a decretação do Ato Institucional nº 05.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NAPOLITANO, Marcos, 1964: História do Regime Militar Brasileiro. São Paulo: Contexto, 2016.

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