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As mães e avós da praça de Maio e os HIJOS

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M ães da Praça de Maio é um importante movimento em defesa dos Direitos Humanos, fundado na Argentina desde o ano de 1977, no começo da última ditadura militar. A priori, essas mulheres saíram individualmente nas ruas, quartéis e destacamentos policiais a procura de seus filhos desaparecidos. A ideia de formar um grupo de Mães, a fim de procurar os filhos que desapareciam nos anos de ditadura, partiu de Azucena Villaflor de Devicent, fundadora que também foi sequestrada em 1977 pelos agentes do Estado.

As mães ainda se encontram semanalmente, desde essa época até os dias de hoje, na Praça de Maio com lenços brancos na cabeça que as identificam e simbolizam as fraldas de pano de seus filhos. Com as denúncias que elas realizaram a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização de Estados Americanos (OEA) que visitou a Argentina em 1979, foi possível revelar para o mundo os crimes praticados durante a ditadura.
Juntamente com as mães, surgiram também as Avós da Praça de Maio, em 1977. Neste caso, suas noras e filhas foram sequestradas ainda grávidas. Então, as avós buscavam e ainda buscam nos dias de hoje os netos que nasceram em centros de detenção e foram entregues aos agentes do Estado autoritário. Na Argentina, há uma estimativa de que cerca de 400 bebês, filhos de mulheres presas durante a ditadura, foram raptados pelos repressores. Existe um banco de dados genéticos de familiares dessas vítimas para ajudar a encontrar os filhos raptados que se encontram com as famílias que reprimiram os seus pais biológicos.

Mais recentemente, surgiu também na Argentina, em 1995, um agrupamento denominado HIJOS (Hijos pol la Identidad y la Justicia contra o Olvido y el Silencio – Filhos pela Identidade e pela Justiça contra o Esquecimento e o Silêncio). São filhos de desaparecidos, exilados, presos políticos e mortos pelo Estado ditatorial que defendem os direitos humanos, atuando incessantemente para manter acesa a memória dos graves crimes contra a humanidade. A sua metodologia é o “escracho”, que consiste em localizar o local de trabalho ou residência dos repressores, a fim de fazer uma campanha pública, mobilizando os vizinhos com gritos, estandartes, bumbos e lançando tintas vermelhas ou pretas nas paredes para marcá-las, assim não esquecerão que ali mora ou trabalha um agente da ditadura.

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