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ESMA – Buenos Aires

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O acontecimento na teia do tempo
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A Escuela de Mecánica de la Armada fica localizada em Buenos Aires, na Argentina. Nesse lugar funciona um espaço de memória da última ditadura militar (1976-1983), desde 24 de março de 2004, graças à luta durante anos do movimento pela defesa dos direitos humanos.

O memorial fica no edifício que foi sede do mais famoso centro clandestino de detenção da ditadura argentina, onde foram presos e mortos cerca de cinco mil homens e mulheres. Por decisão do ex-presidente Néstor Kirchner, é um espaço em que diversas instituições realizam iniciativas com um objetivo em comum: “homenagear as vítimas do terrorismo de Estado, a fim de preservar a memória, a defesa e a promoção dos direitos humanos”.
 
No ESMA, são realizados múltiplos eventos educativos e culturais, tais como visitas no local onde estiveram sequestrados e desaparecidos, informações sobre o terrorismo de Estado, expressões artísticas, como pintura, fotografia, música, cinema e teatro. Também são realizados seminários, colóquios e jornadas educativas que promovem o debate e a elaboração sobre o passado da ditadura na Argentina.
“Convidamos a fazer deste lugar, que foi de terror e morte, um espaço de vida, um território de ação, reflexão e aprendizagem à sociedade e às novas gerações”. (ARGENTINA, Guia do visitante do ESMA. Disponível em: . Acesso em: 27 nov. 2018. Tradução nossa). Um lugar que propõe converter o sítio emblemático de horror da última ditadura em espaço destinado à arte e à cultura em um processo de construção da memória, verdade e justiça.

Vídeo: ESMA - Espacio Memoria y Derechos Humanos(em espanhol)



Memórias pessoais

Vera Jarach

VVera Jarach, Mães da Plaza de Mayo, conta duas histórias sobre a sua vida como uma criança que foi salva da Shoah porque sua família judaico-italiano se refugiou na Argentina, mas seu avô terminou em Auschwitz; e muitos anos depois, sua filha Franca também foi levada para um campo de concentração (ESMA) e seu destino final foi um voo da morte. Nos dois casos não há sepultura.
(ARGENTINA, Memórias em primeira pessoa. Disponível em: . Acesso em: 27 nov. 2018).

Juana Sapire

Por duas décadas, Juana Sapire foi companheira de Raymundo Gleyzer, grande cineasta e ativista político que desapareceu durante a ditadura civil-militar. Soundman acompanhou-o em cada um dos seus filmes. Em 1972 eles tiveram um filho: Diego. A partir de 1976, Juana se estabeleceu no Peru e depois nos Estados Unidos e dedicou-se a preservar o trabalho de Gleyzer. Juana foi apresentada em 2010 nos tribunais para depor pela primeira vez pelo desaparecimento de seu marido, depois de seu sequestro.

(ARGENTINA, Memórias em primeira pessoa. Disponível em: . Acesso em: 27 nov. 2018).

Natalia Galamba

Natalia Galamba é filha de Alicia Morales e Juan José Galamba, ambos ativistas políticos da Juventude Universitária Peronista (JUP) durante a década de 1970. Quando tinha um ano e meio, Natalia foi sequestrada com seu irmão (quatro meses) e sua mãe, em 12 de junho de 1976. Eles foram levados para o centro de detenção clandestino na cidade de Mendoza e dois dias mais tarde, os bebês foram entregues para seus avós. Alicia foi detida por dois anos até ser libertada. Juan José foi capturado e desapareceu em 1978. Muitos anos depois, Natalia recupera um caderno que seu pai escreveu escondido, destinado a ela e seu irmão.

(ARGENTINA, Memórias em primeira pessoa. Disponível em: . Acesso em: 27 nov. 2018).

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