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Lugares de memória

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O s lugares de memória nascem a partir da compreensão de que não existe memória espontânea. As lembranças do passado precisam de agentes ativadores, de suportes materiais, tais como museus, memoriais ou arquivos, capazes de acionar um período transportando informações por gerações e evitando o esquecimento. Essas operações não são naturais, pois elas são construídas com a intenção de rememorar as experiências vividas.

Segundo as concepções do historiador francês Pierre Nora, os lugares de memória têm sentidos: material, simbólico e funcional. A saber, o lugar de memória é material, visto que ele precisa ter uma existência concreta. Ao mesmo tempo em que ele representa uma simbologia, pois se investe de uma aura simbólica, capaz de ativar as experiências vividas e promover uma reflexão. Também precisa ser funcional, já que garante a “cristalização da lembrança e sua transmissão”. Assim, essas três características precisam coexistir, visto que um arquivo só é lugar de memória se ele for significado simbolicamente, se isso não ocorrer não passa de um conjunto de objetos ou vestígios amontoados.
Feitos esses esclarecimentos que julgamos cruciais, passaremos a tratar de lugares de memória de um passado sensível, emblemático e doloroso das ditaduras militares no Brasil e na Argentina. São passados marcados pela violação dos direitos humanos cometidos nessas sociedades que têm deixado muitas fissuras. Então, esses lugares integram uma política de memória com a iniciativa de acionar a recordação do passado autoritário, como mecanismo de garantia da memória, verdade e justiça.

Imerso em tal contexto, vamos apresentar dois lugares de memória, um no Brasil e outro na Argentina que tem revelado as dimensões material, simbólica e funcional, portanto, capazes de acionar o passado ditatorial da América Latina, com vistas a evitar o esquecimento. São espaços públicos que propõe um vínculo entre as experiências do passado e da vida cotidiana, contribuindo através da documentação e pesquisa para a reflexão histórica. Trata-se de lugares que transmitem mensagens sobre o passado sensível das ditaduras militares para as novas gerações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NORA, Pierre. Entre Memória e História. A problemática dos lugares. Projeto História, São Paulo, vol. 10, 1993.

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