Os setores capitalistas mais poderosos da Argentina apoiaram a implantação da ditadura por considerarem que era necessário finalizar uma fase de economia marcada pela produção industrial voltada para o mercado interno, fomentada, segundo essa visão, pela “indisciplina” da classe trabalhadora e “ineficiência” do empresariado nacional. Dessa forma, o governo militar nomeou o ministro da economia José Alfredo Martínez de Hoz, representante do liberalismo econômico e vinculado a organismos financeiros internacionais.
Por conseguinte, foi nomeada uma equipe de técnicos que, de acordo com a lógica de Estado burocrático-autoritário, defendia o neoliberalismo. Em 2 de abril de 1976, Martínez de Hoz apresentou o “Programa de recuperação, saneamento e expansão da economia argentina”, com vistas a reduzir, em curto prazo, a inflação, a dívida externa e a recessão. Para tanto, reduziu o salário e eliminou o controle de preços, em corolário ocorreu uma redução significativa do poder aquisitivo dos trabalhadores. Também foi estabelecida a redução dos gastos públicos, a privatização de empresas do Estado, a elevação dos impostos e a criação de novas contribuições fiscais. Em termos comerciais, ocorreu à abertura econômica, o que gerou uma grande quantidade de produtos importados e a falência de empresas nacionais.
Como os objetivos propostos, no primeiro momento, por Martínez de Hoz não foram alcançados, dentre eles o combate à inflação e à recessão econômica, diversos setores que estavam a favor do projeto econômico da ditadura, passavam a expressar a preocupação com a questão social gerada pelo modelo econômico adotado. A oposição se pronunciava contra os feitos da política econômica da ditadura. No final de 1979 e início de 1980, com o fracasso do plano econômico, ocorria uma crise financeira que prejudicava intensamente até os grupos beneficiados em anos anteriores.