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Primeira etapa do processo de “Reorganização Nacional” (1976-1981)

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A ditadura militar propunha um projeto para a economia argentina e uma nova ordem política protagonizada pelas Forças Armadas, através de um plano de reforma econômica e de disciplinamento social que favorecia aos setores empresarias e eliminaria as formas da oposição. Segundo o governo, os objetivos básicos eram:

 
A “restituição dos valores essenciais da nação”, entre eles se falavam da “moral cristã”, “a tradição nacional” e a “dignidade do ser argentino”, a vigência da Doutrina de Segurança Nacional para eliminar a “subversão”; a promoção do desenvolvimento econômico sob o controle do Estado e a localização internacional no “mundo ocidental e cristão” (BROWARNIK, 2011, p. 236).
 
Dessa forma, os militares e civis que apoiaram a ditadura na Argentina, defendiam que a sociedade necessitava ser disciplinada, depois de décadas de desordem. Assim, argumentavam que os governos democráticos eram responsáveis pelo avanço de demagogias e subversão. Esse termo, era empregado em sentido muito amplo, tanto para se referenciar aos grupos guerrilheiros, como para fazer menção a qualquer pessoa que se opunha ao governo implantado.

Ocorria a supressão dos direitos civis e de garantias constitucionais, como por exemplo, a presunção da inocência, a inviolabilidade de domicílio, a proibição da tortura e pena de morte. Sendo decretado estado de sítio em todo território nacional, com a proibição de atividades políticas e sindicais, acompanhada de uma severa censura.
Os setores capitalistas mais poderosos da Argentina apoiaram a implantação da ditadura por considerarem que era necessário finalizar uma fase de economia marcada pela produção industrial voltada para o mercado interno, fomentada, segundo essa visão, pela “indisciplina” da classe trabalhadora e “ineficiência” do empresariado nacional. Dessa forma, o governo militar nomeou o ministro da economia José Alfredo Martínez de Hoz, representante do liberalismo econômico e vinculado a organismos financeiros internacionais.

Por conseguinte, foi nomeada uma equipe de técnicos que, de acordo com a lógica de Estado burocrático-autoritário, defendia o neoliberalismo. Em 2 de abril de 1976, Martínez de Hoz apresentou o “Programa de recuperação, saneamento e expansão da economia argentina”, com vistas a reduzir, em curto prazo, a inflação, a dívida externa e a recessão. Para tanto, reduziu o salário e eliminou o controle de preços, em corolário ocorreu uma redução significativa do poder aquisitivo dos trabalhadores. Também foi estabelecida a redução dos gastos públicos, a privatização de empresas do Estado, a elevação dos impostos e a criação de novas contribuições fiscais. Em termos comerciais, ocorreu à abertura econômica, o que gerou uma grande quantidade de produtos importados e a falência de empresas nacionais.

Como os objetivos propostos, no primeiro momento, por Martínez de Hoz não foram alcançados, dentre eles o combate à inflação e à recessão econômica, diversos setores que estavam a favor do projeto econômico da ditadura, passavam a expressar a preocupação com a questão social gerada pelo modelo econômico adotado. A oposição se pronunciava contra os feitos da política econômica da ditadura. No final de 1979 e início de 1980, com o fracasso do plano econômico, ocorria uma crise financeira que prejudicava intensamente até os grupos beneficiados em anos anteriores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BROWARNIK, Graciela. Uma Historia para pensar la Argentina del siglo XX. Buenos Aires: Kapelusz, 2011.

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